POR TRÁS DAS CORTINAS
Ali, por trás das cortinas
da minha janela fechada,
quanta vez, estou lembrado,
o teu corpo de menina
entregavas sem receios
aos meus carinhos e cuidados.
Sem titubeio eras minha,
sem pudor, sem falsidades
davas de boa vontade
o que eu pedia, ansioso.
Eu te sentia o desejo
no palpitar do teu corpo,
nos teus lábios sequiosos
que procuravam, nervosos,
minha boca e mais um beijo.
E na tarde que morria,
correndo veloz, fugidia,
o nosso abraço era o traço,
que marcava e nos unia
para a noite que chegava,
para o dia que partia.
#Memorial Recantista#