À FRENTE
Ando, paro - olho em volta.
procuro, talvez, pelo sonho
que perdi, aqui,
faz pouco.
Perdido ficou, já não acho
o cheiro, o choro,
o riacho
que me banhou inda ontem.
Penso, pois, a sós comigo
que voltar é proibido.
Para a frente, então,
à frente!
No impulso que me leva
busco a luz e deixo a treva,
não mais prisioneira do tempo.