SINA
Foram muitos, não sei bem... Talvez fossem mais de cem, que só por divertimento vieram a correr, desabridos, perscrutar a cor da dor, e espiar meu sofrimento. Numa avidez coletiva desnudaram minha alma, pesquisaram minha vida, e a expuseram aos olhos de toda a cidade, rapace. Resisti a esse embate, e o amarguei em surdina. Se essa é a minha sina, ninguém a rouba, ela é minha, e na desventura, sozinha, a mim, só mé cabe aceitá-la.
HLuna
Enviado por HLuna em 01/09/2023
Alterado em 01/09/2023 |