ABRE A JANELA
Abre a janela, depressa!
Deixa o sol entrar de graça
e ocupar todo o espaço.
Deixa lá fora, ao relento,
apagar-se a noite fria
que, insinuante e vadia,
se mistura aos elementos
esquecida, por instantes,
que ainda há pouco corria
todos os bordéis da cidade,
entre luzes coloridas,
aviltando a castidade.
Abre a janela... depressa!
Olha o dia já começa,
deixa-o entrar à vontade,
e desfrutar, satisfeito,
do aconchego do teu leito,
no silêncio do teu quarto.