A ESPERA
Tuas mãos vivas, ativas,
se quedam, assim, esquecidas
entre as colchas,
os brocados,
os lençóis de seda bordados,
manchados de lágrimas sem cor.
Teus olhos se perdem à distância
juntando as noites e os dias,
entre rosários sem conta,
e tardias Ave-Marias.
Foi um tempo longo,
imenso,
em que espiavas a lua
passear no céu sozinha,
também, como tu,aguardando
por um sol que nunca vinha.