O PÃO NOSSO
Todo dia, todo dia,
abro os olhos, estico os braços,
demoro um pouco na cama
buscando encontrar meu espaço.
Levanto depois apressado
tomo o café que me dão,
e vou pra rua ligeiro
tentar ganhar o meu pão.
É um pão duro, dormido,
mal cheiroso, amanhecido,
pão sem manteiga
- pão seco.
Esse é o pão, o pão que temos,
não o que nós merecemos.
Por isto a razão desta fome
que é desmedida e sem nome.
Mesmo assim eu como o pão
e agradeço o que tenho.
Melhor um pão que nenhum.
Escrito em nov-1994
Publ. maio de 2015