BRASAS
Senti os teus olhos
sobre o meu corpo desnudo,
como mísero pedinte
implorando compaixão.
Deixei, pois, tu contemplares
meus seios redondos e cheios,
que se elevam impulsionados
no calor da emoção.
Delicados os teus dedos
me percorrem ansiosos
na procura insatisfeita,
que não se acaba num ai:
querem sempre, buscam mais.
Fiquemos, assim, pela noite
sem ter notícias do tempo,
sem ver se chove lá fora,
vivendo só o momento,
este minuto, este agora.
Fogueira plena de vida,
antes cinza... adormecida.
. . .
Chico Mesquita
O amor no peito arde,
Como brasa na lareira,
Sem fazer qualquer alarde,
Sinto cheiro da roseira.