IGUALDADE
Não desejo andar nas ruas
tropeçando a cada passo
com um irmão mirrado e lasso,
estendo u'a mão nua,
pedindo do pão um pedaço.
Não! Não darei ao meu irmão
a migalha rejeitada
que sobeja do meu pão
que, alegre, desperdiço,
sem lembrar-me de ter culpa,
nos bordéis das prostitutas,
nos salões do meretrício.
Que receba, o meu irmão,
o que lhe cabe por direito
sem resquícios de abusão,
sem odor de preconceitos,
sem barreiras,
sem fronteiras,
sem limites demarcados.
Se, afinal, somos irmãos,
caminhemos lado a lado.
(publicado em 11/10/2009)