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SEM JEITO

É um amor bem matreiro,
esse que vem, se renova
com lembranças, passageiro,
não sei o que sente, o que prova.
Não vejo razão ou sentido,
pra mim é aborrecido,
alimentá-lo com dengos.
Morei, sim, em Realengo
quando era bem mocinha,
mas o tempo passou e levou
tudo aquilo que eu tinha.
Foi-se, pois, a Primavera,
não sou mais o que eu era,
e esse amor, ah, tão sem jeito,
já não mora no meu peito.


 
HLuna
Enviado por HLuna em 11/07/2020


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