BRANCAS VELAS
Lá vão elas... brancas velas oscilando suavemente ao sopro do vento que passa. Enfunadas e garbosas vão livres e cheias de graça cortando as águas, ligeiras, numa alegre brincadeira: cada qual mais graciosa. Logo cedo, todo dia, correndo vão, pressurosas, entregar-se confiantes ao mar, ardentes, amorosas, às suas águas dolentes que afagam, acariciam, mas que, às vezes, de repente, qual um ciumento amante se transformam e injuriam. Suas quilhas enrugadas estão curtidas de sal. Muitas delas, tão crestadas, já bem cansadas da lida aguardam, até, ansiosas a hora que, enfim, à tardinha regressem de volta ao cais e recolham suas linhas. O que será as conduz por esse mar destemidas? Não é opção ou desejo, é somente o destino... é a Vida. HLuna
Enviado por HLuna em 20/06/2019
Alterado em 20/06/2019 |