EN PASSANT Não sei bem o que dizem os meus poemas... Eu os faço no impulso do momento, porque sinto que me é bem leve a pena, e a mão corre solta, sem pensar. Nunca penso. Sento apenas e aguardo que as palavras que eu busco entre dois sustos, se acheguem para eu pegá-las no ar. Como antigas conhecidas, num repente elas se juntam, ganham vida e assuntam novidades da cidade... as fofoquices do campo, e o luzir dos pirilampos nas noites que não tem luar. Eu, por mim, nada me espanto, deixo-as num total à vontade. Que Deus as proteja, as guarde, as palavras que escrevo (me pergunto, até, se devo), pois que são tão rotineiras e não se despenquem ao relento na distração do momento: palavras sem eira, nem beira. HLuna
Enviado por HLuna em 21/11/2018
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