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JANEIROS PERDIDOS

Livre, livre como o vento
rodopio indiferente,
aos olhares curiosos,
e às bocas maledicentes.
Vivo por mim e comigo,
porque quero, porque posso.
Que me importa o tempo gasto,
e a visão embaçada?
Tudo passa... perde a graça.
Onde foi que se perdeu
a poesia que eu tinha,
a rua inteira era minha,
e o mundo só doce encanto?
Foi-se, foi-se na enxurrada
dos dias correndo ligeiro:
vai janeiro, vem janeiro...
E não mais que de repente,
assim, repentinamente,
de repente tudo acaba.


 
HLuna
Enviado por HLuna em 04/02/2018


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