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PRESSÁGIO

Um dia, amanhã, eu não sei quando
vou olhar-te de um jeito diferente
e, então, nesse momento, nesse instante,
serei livre de grilhões pra todo o sempre.

Já não mais me sentirei a tua escrava,
que te segue aonde vais, pobre e apagada, 
te ofertando sempre tudo o que tu queres,
dia e noite, qualquer hora que quiseres,
sem direitos, sem pedir, sem receber.

E estranharás quando me vires diferente
recusando-te o meu corpo e o meu amplexo.
Estás tão acostumado com o meu sexo
que virou simples rotina o bem-querer.

Não reclames, pois a culpa não foi minha,
foste tu que relegaste à camarinha
este amor, outrora puro - inquebrantável.

O orgulho que me resta é muito pouco,
mas é grande inda bastante pra dizer
que acabou-se, chegou ao fim, é esgotado.

Vou buscar noutro lugar o meu eleito,
vou buscar noutro lugar o meu amado.

                    .  .  .


Paulo Miranda
Relegado à camarinha
no entanto, o amor cresceu
mas se deixas de ser minha
lembra só quem te Romeu...
 
HLuna
Enviado por HLuna em 11/04/2017
Alterado em 12/04/2017


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