CHAMA
Divagando entre soluços, andei ao léu em meu curso esmiuçando os abismos, escalando os altos montes, desbravando os horizontes, procurando a chama viva, aquela, fagueira e brilhante, que ilumina radiante o nosso percurso na Terra. Porém dela não vi nada, talvez se mantenha apagada, ou igual a uma vela, apenas tremula indecisa: brilha opaca, brilha fraca, não tem calor, não tem vida. Eu um caminheiro errante, prossigo, então, adiante, vagando, sem fim, condenado: homem falho, desgraçado, que prossegue ininterrupta, a busca inútil e estúpida. "Na grande noite que se faz silente, ela, por certo, estará presente briosa, rubra, excelsa, altaneira, pra clarear as curvas do caminho, e iluminar-me na hora derradeira." (Publicado em 2007) Paulo Miranda Procurando a chama viva por mim, silente, passaste e a luz que de ti me priva nem chama trouxe a este traste... HLuna
Enviado por HLuna em 01/04/2017
Alterado em 02/04/2017 |