SAUDADES Quisera resistir à chaga que me assalta, inesperadamente em meio à alegria, fazendo-me gritar sem entender que o dia, tornou-se, de repente, uma grande chama ardente, a me queimar o ventre, a me abrasar a alma. Ninguém doma a dor que assoma, se apossa do corpo e o toma, vergando-o ao chão sem piedade. Ninguém doma a dor selvagem, que preenche o meu abrigo, que me segue, está comigo, louca amante, nunca farta. Me toma nos braços, me embala, me acalenta, me cala, e oferece seu beijo à minha face, sem pejo, doce e terna me agasalha. Caridosa não me falta, sempre alerta, está desperta aumentando o desconforto. É bem mais que um pesadelo, é bem mais que um sonho morto a perseguir-me, inclemente, no passado, no presente, dominando-me a vontade. São lembranças, esperanças... Tempo eterno, sem idade: eu sei, eu sei, são saudades. . . . Vitório Sezabar A inspiração consistente Às rimas se coaduna: Eis a prosa contundente Da poetisa HLuna! HLuna
Enviado por HLuna em 28/01/2017
Alterado em 29/01/2017 |