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TERRA À VISTA

A lua clara e nua
fulge, alegre, no infinito,
indiferente à dor que me faz um ser maldito,
perdido entre o cenário 
da luzes fátuas da cidade.

Nessa errante claridade
o seu brilho me confunde...
Percorrendo-me as entranhas
um sabor de azedume
regurgita os sonhos mortos,
carregando na enxurrada
as migalhas da saudade.

Vejo o enterro dos meus erros
e, também, dos meus desejos
loucos... leves... vagos... tortos.

Sinto, agora, um longo arpejo
a tormar-me o peito inteiro!
É a terra prometida
se mostrando feiticeira
apressando-me a partida,
acenando prazenteira
com a certeza derradeira
de outros dias mais felizes
- sem temores, sem tormentos,
sem injúrias ou desacatos,
onde o próprio sentimento
é o senhor dos nossos atos.



 
HLuna
Enviado por HLuna em 25/01/2017


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