TÊNUES ALGEMAS Ante tua imprevista beleza, meu furor de macho agreste, se acalma e empalidece. Não mais agressor, sou a presa com que brincas, distraída, agradando quando queres, ou desdenhando ligeiro, quando, em tédio, te aborreces. Eu, que almejo ser teu dono, me abandono, então, não reclamo, aceito, escravo, o comando da tua voz doce e rouca, do laço que são os teus braços, e das algemas que unem os corpos no mesmo espaço. Pensas tu: sou a raínha, eu firo, eu mato, eu maltrato. Deixa estar a tua crença, pra mim não faz diferença. Se me beijas, me abraças, te tenho cativa - és minha, já não mais uma raínha, apenas mulher que, domada, se entrega submissa, pra no amor ser libertada. (publ. 2009) HLuna
Enviado por HLuna em 26/12/2016
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