MILAGRE Escrevendo poesias me liberto da rotina, que ordena e determina o dia-a-dia mesquinho, sem direitos, sem carinhos, traçado à régua e compasso por milhão de precedentes, de antemão determinados. Dou vazão aos pensamentos que me assaltam, em torvelinho. Nesse atroz redemoinho eu ardo, incendida, qual chama, faço amor com quem me ama, e escuto a Terra inteira aplaudir meu desempenho. Rebeliões sucessivas estremecem o meu espaço em círculos tão diminutos que, dentro, em mim mesma, eu escuto, a seiva da vida, potente, latejando intensa e bruta num fulgor magnificente. Outros tempos, outras eras... A minha verdade é quimera, é o mundo do sonho, o fantástico. Nesse mundo eu me dissolvo, e como num dom milagroso, renasço de novo, e me acho. HLuna
Enviado por HLuna em 18/12/2016
|