A MARIO QUINTANA Manuel Bandeira Homenagem a Mario Quintana que nasceu num 30 de julho Meu Quintana, os teus cantares não são, Quintana, cantares: são, Quintana, quintanares. Quinta-essência de cantares... Insólitos, singulares... Cantares? Não! Quintanares! Quer livres, quer regulares, abrem sempre os teus cantares como flor de quintanares. São cantigas sem esgares, onde as lágrimas são mares de amor, os teus quintanares. São feitos esses cantares de um tudo-nada: ao falares, luzem estrelas e luares. São para dizer em bares como em mansões seculares, Quintana, os teus quintanares. Sim, em bares, onde os pares se beijam sem que repares que são casais exemplares. E quer no pudor dos lares, quer no horror dos lupanares, cheiram sempre os teus cantares. Ao ar dos melhores ares, pois são simples, invulgares, Quintana, os teus quintanares. Por isso peço não pares, Quintana, nos teus cantares... Perdão! Digo quintanares. Poema com que Manuel Bandeira saudou Quintana, em 25/08/1966, em sessão da Academia Brasileira de Letras HLuna
Enviado por HLuna em 30/07/2007
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