Nascido, sozinho, no frio da noite,
mamei tetas fartas, andei à deriva. Carinho não tenho, sou cana de engenho, bagaço já gasto, jogado de arrasto nos mares da vida. Transpus a soleira, olhei outros rostos, porém o desgosto é uma pedra na estrada. Tristonho sem rumo, eu ando no mundo entre mágoas e dores, à procura de amores pra curar minhas chagas. Nos dedos eu conto a passagem do tempo, que se faz mais distante à medida que passa. Se consulto a Esfinge, nada diz, ela finge me enganando matreira, eternal prisioneira das visões da Cabala. A esperança ainda dorme o seu sono profundo, esquecida do mundo em distante caverna. Mas eu sei que amanhã, chegará clara e sã, desvendando os espaços resgatando em seus braços as misérias da Terra. HLuna
Enviado por HLuna em 09/12/2016
Alterado em 09/12/2016 |