DE REPENTE Não sei como, de repente, encontrei-me frente a frente com meu destino na esquina. Tinha uns ares de menina meio acanhada e aflita de quem foi, talvez, bonita, mas perdeu a boniteza na vida dura das ruas, na culminância obscura de ser ninguém, sem vintém, sem um, sem dois e sem três, na calada madrugada, a quem dá mais - o freguês. Lembrei-em, então, de outros tempos quando meu corpo cansado encontrava nesse corpo o refrigério almejado, em meio ao tumulto insepulto de uma vida que eu previa ser malfadada e vazia. Não contive o desencanto, e comovido... chorei. HLuna
Enviado por HLuna em 08/11/2016
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