DEBANDADA No repouso das palavras que, adormecidas, me faltam não sei bem por que motivo sinto um medo compulsivo de esquecer tudo o que sei. Tento, pois, despertá-las do sono, para tê-las minhas, ser dono... Elas, porém, não me escutam, se quedam caladas e quietas, guardando com zelo os segredos que lhes foram revelados, e que, um dia, hão jurado não repartir com ninguém. Palavras ingratas que chamo, que me abandonam sozinho, a rolar num torvelinho de pesadelos sem sonhos. Por mais que as procure - elas somem no momento mais difícil em que solitário e aflito, já nem sei meu próprio nome. (ago-95) . . . Paulo Miranda Não repartir com ninguém é a mais central de tuas dicas te esqueces que fui teu alguém mas é com outro que ficas... HLuna
Enviado por HLuna em 12/10/2016
Alterado em 13/10/2016 |