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REFLEXÃO

Carrego nas minhas costas
os erros do mundo inteiro.
Claro, os meus, são os primeiros
que, penitente, eu espio.
Sei, ninguém nasceu perfeito.
Cumprimos o nosso destino
que, além, nos foi traçado.
Alguns privilegiados
mantém o halo divino
e conseguem, facilmente,
não tropeçar em seus passos.
Outros, porém, como eu
vivem caindo aos tropeços...
Vão assim desde o começo,
apalpando cada trecho,
temendo sair da estrada.
Vagueando, atormentado,
quero acertar meu caminho,
não quero seguir pelo mundo
como alegre vagabundo,
sem saber o que me espera.
Se a culpa é da matéria,
não posso ser responsável
por todo pequeno deslize,
ou pelas grandes misérias.
Se o fim é o progresso
eu imploro, clamo, peço:
suspende o castigo infligido,
apaga a culpa indelével
- já paguei o que devia...
Concede alegria aos meus dias,
já que poucos eles me restam.


 
HLuna
Enviado por HLuna em 07/10/2016


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