A MOSCA
Vi uma mosca pobre, tosca, sem qualquer itinerário, esvoaçando sem rumo, sem destino, sem horário, traçando volutas perfeitas, mas, já, cansada se deita sobre o pão que jaz na mesa. como um mártir em seu calvário. Tão depressa é percebida, é expulsa sem rodeios: "já pra fora mosca suja, teu lugar é lá na rua onde estão os teus iguais, onde é teu próprio meio." Mal amada, escorraçada, por instantes titubeia. Um instante é o bastante - o mata-moscas, certeiro, pega a infeliz criatura, que bem depressa agoniza nas vascas finais da tortura. Pobre mosca, pobre feia. Vida de mosca é bem dura... HLuna
Enviado por HLuna em 30/09/2016
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