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SONHOS MORTOS

Lembras tu daqueles tempos, 
daqueles tempos antigos
em que nós dois, sem motivo,
saiamos andando sem rumo
nas tardes morosas de junho?

Eu e tu adolescentes
quantos sonhos, nós contentes,
acalentamos em segredo
como alegres viajantes
prevendo, ali, adiante,
a pousada que os espera.

A ilusão passageira
parecia verdadeira.
A vida cheia de graça
era promessa constante
que seguia à nossa frente
envolta em tênue fumaça.

Hoje tudo é diferente.
A crua realidade
nos tirou a inocência
e matou a fantasia.
Os sonhos ruiram por terra
juntamente com as promessas
que a vida oferecia.

Não há sonhos - não há nada.
Somente a desesperança
move, agora,nossos passos
que se alternam ao compasso 
das badaladas do tempo:
se alteiam num crescendo
e se calam... aos poucos... morrendo.


 
HLuna
Enviado por HLuna em 15/09/2016


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