INSÔNIA
Minhas noites se perdem sem sono, e as lembranças abrem os olhos em meu quarto. Envolvidas em véus transparentes, que só mostram o contorno suave, passam céleres e dominam-me a mente, povoando-a de sons, de imagens. Eu empunho o cigarro qual lança pra apagar esse rol de lembranças, que me faz mais insone e aflita. Mas em meio à fumaça difusa elas dançam em trejeitos lascivos, me tocando com mãos de veludo, e beijando-me a boca sensível. Porém eis que a aurora levanta, e adentra meu quarto em lampejos. As lembranças um tanto assustadas se esgarçam no ar, apressadas, não deixando vestígios, nem sonhos: só deixando a saudade, mais nada. HLuna
Enviado por HLuna em 05/09/2016
Alterado em 05/09/2016 |