INCERTEZA Não soube jamais se algum dia me amaste. O corpo, eu sei, me entregaste nas tardes roxas de agosto, quando o sol morrendo, posto, se aconchegava entre as nuven aguardando pela noite que, plena de estrelas, viria para acalmar-me os ardores com as mãos frescas e frias. Não soube jamais se algum dia me amaste. De amor, sei, me embriagaste me carregando, ligeiro, por becos escusos e caminhos, me prendendo sem rodeios à tepidez do teu seio, à tua carne macia, ao teu olhar feiticeiro. Não soube jamais, eu não soube, se me amaste, se acaso foste minha. Fui um louco, fui cego - confesso, jamais poderias me dar o que, na verdade, não tinhas. HLuna
Enviado por HLuna em 01/09/2016
|