CALO-ME Olhando o tempo que passa, aqui da minha janela, às vezes até acho graça, porque ele passa por ela, pela vida que disfarça, e segue sem mais aquela. Francamente não entendo, (na verdade nem pretendo), apenas penso, observo essa disparidade crescente do tempo, da vida - somente, na minha, eu me conservo. Se não posso mudar nada, prefiro ficar calada. . . . Diante desse olhar,
Que desnuda-me por inteiro, Calo-me com o teu cheiro Enfurecida onda do a(mar)... Calo-me por medo, Para não te magoar, Procurando entender esse respirar, Cada batimento sentido... Da expressão que transmite, Calo-me porque a voz se omite, Talvez seja por vergonha... Da tua inocência que sonha, Calo-me para te ouvir, No lacrimejar dos desejos, E no sentir dos teus beijos, Dessa nova sensação por vir... Calo-me para tentar te definir... Me calo e tenho guardado,
é porque eu tenho medo. Que se falar, o segredo que eu guardo a sete chaves em minha boca, sem traves Será, enfim, revelado! Se não podes mudar nada
ao menos, que me ouças: se eu cuidar da vasilhada ajuda, porém, co'as louças... O tempo são águas passadas,
Que maltrata a alma da gente, Às vezes chego dar risadas, Dos sonhos ainda inocente. HLuna
Enviado por HLuna em 11/05/2016
Alterado em 17/05/2016 |