TEMPESTADE Quem me dera ver melhor essa tristeza e o vazio dos dias silenciosos em que o vento sopra quente, trazendo a poeira dos rios, e enchendo de arrepios o homem pobre e carente. Longe de mim eu escuto um som crescendo maduro. Bate em cheio na parede, e sem consistência escorrega num murmúrio rouco e surdo para o chão sujo e escuro, coberto de limo e de terra. Obedecendo a um impulso, abro a janela sem medo. Só uma centelha vermelha fulgura nos céus por instantes, indecisa, vacilante, mas bem depressa se apaga, e dela não resta mais nada. HLuna
Enviado por HLuna em 18/12/2015
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