MEU PÉ DE ROMÃ Sustentando os galhos fracos, levanta-os a custo e os apoia no muro que fica ali perto, como ele, acaso, fosse um antigo conhecido, ofertando o ombro amigo, pronto a dar e consolar. Inda ontem, há poucos meses, cobriu-se de flores vermelhas causando inveja à roseira que, em sua vida inteira, jamais viu u'a romãzeira com tanta cor e expressão. A inveja, porém veja, não é fada benfazeja, e as flores delicadas ao toque simples do vento, se desfizeram ao relento não deixando, sequer, traços de fruto, de flor, de botão. A romãzeira, coitada, triste agora, envergonhada se posta ansiosa à espera de uma outra primavera pra cobrir sua folhagem de flores novas -mimosas, e encher os galhos, fartos, de doces e belas romãs. jul- 95 HLuna
Enviado por HLuna em 25/08/2015
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