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GRILHÕES
 
Amo o espaço, os grandes vãos.
Eu não quero ficar confinada
entre as quatro paredes de um quarto,
de um quarto vazio - sem brilho,
mudo, estreito, limitado,
a cercar-me os movimentos,
a tolher minhas pisadas.


Necessito soltar meus grilhões,
eu que amo as amplidões.
Quero o ar, as pradarias,
quero olhar a luz do dia
despontar em claridade,
bem ali, naquele ponto,
onde o fim do horizonte
dá lugar à eternidade.

Quero sentir a minh'alma
despertar ardente, viva,
desabrochando em seus dons
e, numa extrema tentativa,
avultar além da vida,
livre, enfim, dos seus grilhões.


(jan-93)

 
HLuna
Enviado por HLuna em 25/06/2015


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