CALAMIDADE Molho os pés na poça insossa que se formou bem à porta, quando a chuva desceu forte alagando todo o pasto, o gado, a semente inocente que, alheia e displicente, tentava brotar calma e frágil. Inda ontem a seca brava de sede, inclemente, matava animais, homens sem nome, e o presente sem passado, que acabou crucificado no mesmo lugar em que viu morrer só, abandonada, aquela que, um dia, o pariu. . . . Aquela que um dia o pariu
não iria ficar pra semente e quem, porventura, a viu diz que partiu bem contente... HLuna
Enviado por HLuna em 28/02/2015
Alterado em 28/02/2015 |