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ANDORINHA SEM VERÃO

Perdida de mim, mas comigo,
ando procurando abrigo,
pelas ruas que palmilho
noite a dentro, alvoradas...
Tristonha estou, e cansada,
pois não acho mais o trilho
pelo qual passava o bonde,
não sei onde ele se esconde.
Eu nele me aboletava,
ria por tudo e por nada.

O barulho me amedronta,
e caminho meio tonta,
nesta floresta em festa
pra qual não fui convidada.

Pobre amor o meu, que eu tinha,
que alimentei com paixão,
cheguei ao final da linha,
sou, agora, uma andorinha,
que anda no mundo sozinha,
sem ninguém, e sem verão.

               .  .  .

 
Andorinha que zanzas tanto
eu também ando sem rumo
seria meu maior encanto
amassar-te até dar sumo
...
 
Quando vejo uma andorinha
Penso logo em liberdade
Adianta ficar sozinha?
Se já passei da idade?

 
HLuna
Enviado por HLuna em 17/01/2015
Alterado em 19/01/2015


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