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O BESOURO

Parado no ar, indeciso,
um besouro pequenino
reflete o sol matutino 
expandindo suas asas.
O seu corpo esverdeado
exibe alguns pontos dourados
- como a cor do meu gramado
ao cair da tarde quente
que se apaga, lentamente,
se recolhendo cansada.

Egresso da mata ele voa
sobre as águas da lagoa
com uma tal graça singela,
que me quedo ensimesmado
contemplando o ser alado,
esvoaçando ligeiro
no seu "looping" aventureiro,
enquanto se atira, atrevido,
sobre a folhagem do prado
num voo quase rasteiro.

Pequeno besouro inocente,
destemido, persistente,
qual será tua mensagem?
Tens em ti um dom divino,
ó exímio dançarino,
valente guerreiro arrojado.
A tua presença marcante
é parte precisa, integrante
na qual se completa a paisagem
mostrando, de modo inconteste,
que a tua existência modesta
não passa despercebida:
mesmo que em forma diversa,
ainda assim é uma vida.

 
HLuna
Enviado por HLuna em 12/08/2014


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