REVOADA Em silêncio, apressadas, palavras passam, caladas, enquanto eu à janela tento chegar até elas para pegá-las pra mim. Preciosas são tão prosas, não sei por que correm assim, parece, até, sentem medo que eu lhes desvende os segredos guardados com zelo, escondidos, por baixo dos seus vestidos. Porém chega o vento esperto, logo os põe a descoberto, e os espalha no mundo em menos de um segundo. Palavras, palavras benditas, muitas vezes mal escritas, é preciso ter cuidado ao escrever um recado, ao escrever um poema. Podem ser leves, amenas, ou pesadas como pragas o que muito desagrada a quem estão dirigidas: sem sentido, então, perdidas. Aqui, ali, formam laços, laços de seda, abraços, junta amigos em perigo, protege dos inimigos... São lindas como uma flor, belas como uma rosa, fartamente generosas se, acaso, falam de amor. HLuna
Enviado por HLuna em 11/04/2014
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