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REVOADA

Em silêncio, apressadas,
palavras passam, caladas,
enquanto eu à janela
tento chegar até elas
para pegá-las pra mim.
Preciosas são tão prosas,
não sei por que correm assim,
parece, até, sentem medo
que eu lhes desvende os segredos
guardados com zelo, escondidos,
por baixo dos seus vestidos.
Porém chega o vento esperto,
logo os põe a descoberto,
e os espalha no mundo
em menos de um segundo.
Palavras, palavras benditas,
muitas vezes mal escritas,
é preciso ter cuidado
ao escrever um recado,
ao escrever um poema.
Podem ser leves, amenas,
ou pesadas como pragas
o que muito desagrada
a quem estão dirigidas:
sem sentido, então, perdidas.
Aqui, ali, formam laços,
laços de seda, abraços,
junta amigos em perigo,
protege dos inimigos...
São lindas como uma flor,
belas como uma rosa,
fartamente generosas
se, acaso, falam de amor.


 
HLuna
Enviado por HLuna em 11/04/2014


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