TEMORES Pela fresta da janela espreito a noite tão bela que se derrama, inteira, por sobre a minha floreira de rosas secas e mortas. Morreram as flores ao relento, tantas noites, tantos dias, sem água, sem alegria, nas madrugadas paradas, sentindo o sopro do vento se infiltrando pela porta. Também como as flores definho no meu quarto em desalinho, perdida num mundo estranho do qual desconheço o tamanho, em meio a sombras difusas, que desaparecem, confusas, por trás das brancas cortinas, como se fossem meninas a brincar de esconde-esconde. E o tempo se foi... não sei onde, me deixou a ver navios num deserto a céu aberto, a tremer em arrepios procurando a própria imagem que se mistura à paisagem. Não sei se choro ou se rio. HLuna
Enviado por HLuna em 22/12/2012
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