O RESGATE Alhures, no etéreo Cosmo, o meu espírito peregrino vagueia em abandono entre lençóis de nuvens claras. Figura-me quer ser um anjo branco a cantar hinos, tangendo a fina lira, sonante voz limpa e preclara. Migalha oriunda do Nada, ele anseia provar dos manjares servidos à mesa dos deuses no ofício perfeito e divino. Forma impura, porém, não fulgura em clarões regulares, lhe falta o manto de santo, um véu claro, talvez, hialino. Amargo se encolhe em si mesmo assustado e medroso, se ousou sonhar alto foi porque não se via andrajoso, imerso nos negros miasmas de uma origem funesta. Mas eis que a Esperança o socorre - sua fronte levanta, a voz que jaz presa se solta expandindo a garganta, e o Amor bem maior, o resgate entre risos de festa. HLuna
Enviado por HLuna em 28/02/2007
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