CARTA Já nem sei o que te diga, minha doce e cara amiga, eu que, antes, te escrevia toda noite, todo dia, pra falar do longo inverno que parece ser eterno, que assoma, que me toma... Vida escura sem futuro, é tal qual espesso muro, o mais alto que já vi. É uma sombra que avança, nunca, nunca ela descansa, cresce enorme e disforme, me deixa sem luz, apagado, no meio da estrada parado, criatura tão perdida, de tudo, de todos esquecida: não sabe nada de si. Não te preocupes, te peço, mas aqui eu me despeço deixando-te um grande beijo de saudade, de desejo, daquilo que fui, mais não sou. A vida cruel me enganou. HLuna
Enviado por HLuna em 19/10/2012
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