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ALENTO

No calvário dos meus dias
que vão se esvaindo tristonhos,
eu parto à procura dos sonhos
e trago-os de volta ao presente
numa exata simetria
pra aquecer-me as tardes frias,
e abrandar-me as noites quentes.

São eles que dão-me o alento
para seguir pelo mundo
enfrentando, violento,
o sopro insano do vento
que mais parece um lamento
desesperado e profundo.

Os meus sonhos - companheiros,
eu os quero por inteiro
me acompanhando as passadas.
Que sejam pra mim como bençãos,
caídas do céu por clemência,
aliviando-me as chagas.


HLuna
Enviado por HLuna em 18/02/2007


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