O GRILO Nos grandes silêncios da noite os grilos cricrilam, cricrilam, fazendo uma enorme algazarra. Bem depressa, eu desamarro a camisola do dia, porque perco a alegria: só raiva me toma, me arde. Eu, no mundo, aguento tudo, mas basta uma noite indormida pra perder as estribeiras fazendo rolar ribanceiras de pedras, as mais pontudas, maldizendo os céus profundos por criarem e alimentarem esse inseto vagabundo, que nada faz nesta vida. Não é fácil matar grilo... bem quisera consegui-lo. Eu tentei, não me dei bem, me diga acaso alguém que logrou matar aquilo, conseguiu e ainda riu... Aplausos à empreitada! Tem, agora, as madrugadas pra sonhar... fazer poemas... onde o grilo, e seu estrilo, nunca mais será o tema. José de Castro
Bem bonito aqui o grilo
que virou até poema. Mas de noite o seu estrilo é mesmo um grande problema. Cassia Da Rovare
Affe ninguém merece
um grilo grilando noite a dentro some a calma, nem cabe a prece matá-lo foi apenas intento. Luiz Moraes
Já não bastam nossos "grilos"
Que não nos deixam dormir! Desvirtuam-nos daquilo Que nos deixava a sorrir Agora esses barulhentos Veem completar o tormento Que fazer pra destruí-los? Hull de La Fuente
Esse grilo engraçadinho
já tocou em minha orquestra o violino afinadinho que encantava a floresta. Tocava com tanto esmero que o Scala o contratou Para um solo do Bolero que o Ravel consagrou. Se ele fez a serenata que te incomodou, Helena, ele agora se retrata, te pede perdão, pequena. Esse grilo encantador afinou seu violino pra serenatas de amor, porque é este seu destino. Não mate este grilo não é um apelo da criança que vive em meu coração que te pede com esperança. HLuna
Enviado por HLuna em 18/02/2012
Alterado em 20/02/2012 |