AUTORRETRATO No retrato que me faço assim, devagar, passo a passo, me mostro pedaço a pedaço. Sou como a vida me fez. Tenho branca a minha tez, cabelos e olhos castanhos sem os encantos tamanhos, pois o tempo passou e os levou. A idade é a terceira, verdade sim, verdadeira, estou dizendo - acredita, e se não sou tão bonita, feia também eu não sou. Muito vivi e aprendi com os erros, as besteiras que cometi pela estrada nesta longa caminhada. Sou pessoa introvertida, não tenho facilidade pra despertar amizades e me fazer mais querida. Porém é casca somente. Meu coração é carente de um afeto mais profundo que venha encher o vazio do dia longo e frio, e da noite solitária da qual sou presidiária a contar cada segundo, Eis, portanto, o meu retrato sem enfeites, bem sensato. Quem sabe gostes de mim, não menti, eu sou assim. . . . ENCANTO É TEU NOME (Para Helena Luna) Tens nos teus olhos, o encanto De castanhos, tanto e quanto Neles eu posso me ver. Da vida, o desencanto, Não se fez e entretanto Tens nos olhos o poder! És pessoa mui querida Alma forte, aguerrida, Tal e qual o vento norte Jamais serás prisioneira Pois tens a vida inteira P'ra conquistar tua sorte. Não fizeste jus, no ato, Ao pintar o teu retrato Com o mais belo pincel. És do amor a mensagem A mais perfeita imagem Da poesia em Rondel! (Milla Pereira) Querida amiga, que presente encantador, generosidade é teu nome. Meu sincero agradecimento. Helena HLuna
Enviado por HLuna em 07/10/2010
Alterado em 08/10/2010 |