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BLACK OUT    (Republicação)


Lançando luzes difusas
que se movimentam inseguras
no teto, nos móveis, no chão,
a vela em cima da mesa
contempla o relógio parado
que permanece calado:
não diz que sim, nem que não.

Tremula a chama com graça
ao vento frio que passa
cantando junto à janela
sua insistente canção.
Olho e penso: sim, é bela
a chama brilhante e singela
vermelha - ou será amarela -
da vela serena e tranquila,
enquanto as cadeiras em fila
lembram crentes em oração.

Tênues manchas que se alongam
mesclando luzes e sombras
num silêncio companheiro
quase sem definição.
A vela de cor ambarina,
nesse momento que é dela,
é realmente rainha
brilhando clara, sozinha,
no meio da escuridão.
HLuna
Enviado por HLuna em 18/05/2010


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