REVOLTA
Já não lhe cabia no peito,
na alma não lhe cabia, a revolta que estrugia como louca tempestade que, sonora e violenta, dardejava qual tormenta em meio à bonança da tarde. Vozes roucas, ventania, cresciam cortando o espaço. Sons de gritos, sons aflitos, corpos negros em desespero, corpos rijos como aço: mais duros que o aço: guerreiros. Chia o ferro - grita o negro! Grilhões pesados quebrados... medo acabou, meu senhor! Toma na mão o chicote, faz-se o dono... é o mais forte, não teme a morte ou a dor Nesse dia de vingança nasceu, junto, a esperança.
HLuna
Enviado por HLuna em 26/08/2006
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