INALCANÇÁVEL Na angústia imponderável da paixão que ilude e cega, o homem fraco desespera. Trágicômico absurdo! Quer gritar em voz potente, sua dor, seu infortúnio, mas se cala, enfim, silente no cansaço intermitente do desabafo ambíguo e dúbio. Muitas vezes corre louco agredindo o próprio corpo no apelo irrresistível de alcançar o inalcançável. Desde logo se convence: eis, é só um miserável que escorrega pelo tempo em andrajos famulentos, tiritando ao frio vento, embalando suas mágoas. O que supunha ser um sonho, sabe, agora, é pesadelo. Infeliz tem que vivê-lo como parte da história que compõe o seu destino. Pobre homem pequenino, sua dita assim se encerra: os olhos perdidos no céu, os pés fincados na terra. HLuna
Enviado por HLuna em 10/03/2009
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