VOLTEIOS Encontrei-me contigo, perdido, nas brumas alvas, plena madrugada, a perseguir, afoito, u'a mariposa errante, que esvoaçava à lua da lua no minguante, sempre a fugir... num eternal bailado. Um pássaro assustado quedei-me estarrecido, do peito escapou-me, profundo, um gemido na agonia intensa de contemplar teu vulto a deslizar ligeiro, na alva madrugada, sem pressentir o ranço do perigo que se esgueirava, quieto, rondando à tua volta, como uma fera espera e, pronta, dá o bote, que se não mata fere, e dilacera fundo. Não hesitei um segundo! Abandonei da mariposa o rastro para seguir o teu no fulgurante espaço - a borboleta rubra de asas de veludo. HLuna
Enviado por HLuna em 30/09/2008
Alterado em 30/09/2008 |